quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Zumbi dos Palmares: líder da luta e da resistência do povo negro.

Escrito por Nanci Vellose de Souza
Professora, Pedagoga e Psicopedagoga


...e como sempre o líder foi perseguido. Aquele que apontou as injustiças, aquele que organizou o resgate dos cativos que estavam em sofrimento, aquele que “ousou” contrariar o sistema; um “podre poder” firmado com bases na opressão e na força.

É triste relembrar a escravidão, mas esse tema já gerou romances por conta do exagero de tantas dores e sofrimentos, se transformou em tema de inúmeros poemas e também em bandeiras de lutas e posteriormente foi celebrado pelas vitórias e conquistas.

Trazendo a escravidão que foi um fato passado na historicidade e contrapondo aos dias atuais, eu digo que Zumbi foi quem empoderou os cativos, pois foi ele que vislumbrou a possibilidade de fugir e de maneira organizada lutar para mudar aquela situação ultrajante na qual os negros escravizados viviam.

Quando fecho os olhos e me remeto ao passado, consigo 
imaginar a organização dos movimentos em prol da liberdade de negros cativos, a funcionabilidade dos quilombos e o maravilhoso sistema de ajuda mútua que foi organizado, onde arcando com todas as consequências, muitos se expunham e lutavam pela vida dos outros, arriscando a própria vida.

Zumbi foi o líder da resistência do povo negro e para homenageá-lo que foi escolhida a data de sua morte (20 de Novembro), para ser o dia da Consciência Negra; mas é preciso compreender que o nome “Consciência Negra” vai muito além de uma data comemorativa no calendário; representa atitude, movimento, organização, ações afirmativas constantes em benefício do povo negro e das suas causas.

Nos dias atuais temos vários Núcleos que podemos dizer que são representações vivas de Zumbi; pessoas que diariamente lutam, leem, escrevem e de alguma maneira representam a resistência contra a opressão dos racistas, pessoas que lutam com toda força, garra e disposição para empoderar os negros, tornando-os visíveis e inserindo-os socialmente de maneira igualitária.

De acordo com a diáspora africana todos nós negros somos “um pouco Zumbi” (por conta da ancestralidade), todos nós somos seguidores de Zumbi e compartilhamos do sonho de liberdade que “Ele” sonhou; temos o compromisso da resistência, da resiliência e da luta sem fim por igualdade.

Zumbi se foi, e seu legado de luta ficou, e representar a luta de Zumbi é responsabilidade de todos os negros. Salve Zumbi!