Escrito por Nanci Vellose de Souza
Professora, Pedagoga e Psicopedagoga
...e como sempre o líder foi perseguido. Aquele
que apontou as injustiças, aquele que organizou o resgate dos cativos que
estavam em sofrimento, aquele que “ousou” contrariar o sistema; um “podre
poder” firmado com bases na opressão e na força.
É triste relembrar a
escravidão, mas esse tema já gerou romances por conta do exagero de tantas
dores e sofrimentos, se transformou em tema de inúmeros poemas e também em bandeiras
de lutas e posteriormente foi celebrado pelas vitórias e conquistas.
Trazendo a escravidão
que foi um fato passado na historicidade e contrapondo aos dias atuais, eu digo
que Zumbi foi quem empoderou os cativos, pois foi ele que vislumbrou a
possibilidade de fugir e de maneira organizada lutar para mudar aquela situação
ultrajante na qual os negros escravizados viviam.
imaginar a organização dos movimentos em prol da
liberdade de negros cativos, a funcionabilidade dos quilombos e o maravilhoso
sistema de ajuda mútua que foi organizado, onde arcando com todas as
consequências, muitos se expunham e lutavam pela vida dos outros, arriscando a
própria vida.
Zumbi foi o líder da
resistência do povo negro e para homenageá-lo que foi escolhida a data de sua
morte (20 de Novembro), para ser o dia da Consciência Negra; mas é preciso compreender que o nome
“Consciência Negra” vai muito além de uma data comemorativa no calendário;
representa atitude, movimento, organização, ações afirmativas constantes em
benefício do povo negro e das suas causas.
Nos dias atuais temos
vários Núcleos que podemos dizer que são representações vivas de Zumbi; pessoas
que diariamente lutam, leem, escrevem e de alguma maneira representam a
resistência contra a opressão dos racistas, pessoas que lutam com toda força,
garra e disposição para empoderar os negros, tornando-os visíveis e inserindo-os
socialmente de maneira igualitária.
De acordo com a diáspora
africana todos nós negros somos “um pouco Zumbi” (por conta da ancestralidade),
todos nós somos seguidores de Zumbi e compartilhamos do sonho de liberdade que
“Ele” sonhou; temos o compromisso da resistência, da resiliência e da luta sem
fim por igualdade.
Zumbi se foi, e seu
legado de luta ficou, e representar a luta de Zumbi é responsabilidade de todos
os negros. Salve Zumbi!