sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Veja como foi a 3ª Feira de Afroempreendedores Negras em Movimento

Se voce não foi, perdeu a chance de conhecer os produtos étnicos de várias afroempreendedoras.

Terá a chance de guardar verba e comprar no próximo dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, quando haverá nova Feira de Afroempreendedores Negras em Movimento, na Praça de Alimentação da Faculdade Zumbi dos Palmares.

Nesta 3ª edição, as afroempreendedoras  participaram enfrentando chuva e trazendo o melhor para clientes, um grupo seleto.  Bonecas feitas a mão, artesanais e sustentáveis, lingerie plus size e também roupas plus sizes, camisetas bordadas a mão, também pintadas a mão, além de turbantes dos mais diversos, brincos, roupas, acessórios incríveis. E, veja só, exclusivos, por serem artesanais, quase ninguém terá outro como o seu.

Acompanhe as fotos...
Ateliê Coisinhas de Yaiá com bonecas e abayomis, totalmente artesanais.
Bila Black com brincos, pulseiras e também turbantes.
Fique Linda Lingerie Plus Size
Boutique African People brincos, sacolas e acessórios
Coletivo de Oyá apresenta camisetas da Malawi Modas
Negra Rainha, Turbantes e Acessórios
Candy Mimos bonecas para todos os gostos
Odara Artesanato - Acessórios em geral exclusivos
Black Gija  camisetas e vestidos bordados a mão. Exclusivos
Marlei Afro Elegance - Consultoria Capilar é com ela mesma!
M+ Afro Acessórios  turbantes e brincos artesanais
Quilombhoje Literatura aqui representado por Cosme Alves




Bate-papo com o autor de A(R)MADA NEGRA

O autor de A(R)MADA NEGRA presenteou a todos com sua presença e simpatia, num bate-papo e autógrafos para todos que adquiriram sua publicação.
Sidney nasceu na capital paulista e tem formação multidisciplinar. É advogado formado pela Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie, em 1996. Formado em Letras (Português) pela Universidade de São Paulo – USP, em 2009, tendo se Licenciado pela mesma instituição em 2010. É pós graduado em Direitos Humanos pela Escola Superior da Procuradoria Geral do Estado de São Paulo – ESPGESP, em 2009. Atualmente é pós graduando em Gênero e Diversidade na Escola pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP. Cursa o  programa de Mestrado em Educação da UNIFESP.




Livros publicados:
- Negraciosa. Coletânea de Poemas. Editado pelo Quilombhoje Literatura, São Paulo, 2012.
- O Estatuto da Igualdade Racial. Editado pela Selo Negro Edições, São Paulo, 2013.
-Participação nas antologias poéticas Cadernos Negros, poemas afro-brasileiros volumes 21, 23, 25, 27, 29, 31 e 33 editadas pelo Quilombhoje Literatura respectivamente em 1988, 2000, 2002, 2004, 2006, 2008 e 2010, e Cadernos Negros, contos afro-brasileiros volumes 28, 30 e 32, editados pelo Quilombhoje Literatura respectivamente em 2005, 2007 e 2009.
-Participação na Antologia da poesia negra brasileira – O Negro em Versos, organizada por Luiz Carlos dos Santos, Maria Galas e Ulisses Tavares, Editora Moderna, 2005.
-Participação na Antologia da poesia negro-brasileira erótica Pretumel de chama e gozo, organizada por Cuti e Akins Kintê, editada pelo Ciclo Contínuo Editorial, 2015.



segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Candymimos - bonecas negras de fuxico por Regine Candida

QUEM É REGINE CANDIDA DOS SANTOS E ESSA CANDYMIMOS? 

Para responder as perguntas começo da vida profissional,  assim consigo enxugar...bem pouquinho ... a resposta iniciei como professora em 1997, mas em busca de melhores salários e condições de trabalhos (benefícios como ticket, vale alimentação etc) ingressei em um banco privado, onde trabalhei 13 anos desde o Call Center à área de treinamento para cartões de crédito, e por 2 anos cheguei a lecionar na escola da mesma instituição no período noturno. Infelizmente em 2013 fui demitida,alegaram que eu não tinha o perfil que a empresa precisava, de início usei o dinheiro para cumprir um sonho antigo CONHECER O EGITO, e na volta comecei a procurar recolocação, sabia que não queria voltar para área bancária, então passei a procurar na área da educação, por 6 meses foram entrevistas, envio de currículos, pagamento para agências de emprego, concursos, foi um período muito exaustivo e tenso, já que a cada "não foi desta vez", "deixaremos seu currículo para uma próxima oportunidade", era doloroso, pois você se sente inútil e velha, já que o "mercado" pra quem tem 35 anos é mais restrito, a pior negativa foi a de um processo seletivo, para monitora de uma exposição, onde estava na penúltima fase e recebi um email dizendo que fui muito bem...mas não era o momento de prosseguir, fui dormir arrasada, mas neste sono tumultuado me veio o nome CANDYMIMOS, e acordei com essa inspiração e com a certeza de que este seria o nome da minha empresa.

Já com o nome da empresa fiquei pensando em qual seria meu produto, e em um programa religioso que minha mãe assiste uma professora de artesanato estava dizendo "eu ignorava meu dom que era fazer artesanato, mas as dificuldades da vida me vez olhar com carinho para meu dom e usá-lo para meu sustento e de meus filhos", era tudo que eu precisava ouvir, neste momento lembrei que mesmo no banco sempre fiz Cestas para chá de bebê, café da manhã, da tarde, para presentear meus amigos, e todos amavam, bom a Candymimos então entregaria amor/carinho em forma de cestas.
Em setembro de 2013 iniciei as atividades da Candymimos, fui muito bem orientada pelo SEBRAE aqui de Osasco e a documentação de MEI é bem fácil de compreender e fazer, dia 10/09/2013 entreguei minha primeira cesta profissional, mas para chegar ao logo e vários outros processos tive a sorte de contar com minha família e amigos mais que irmãos.

Porém a cereja do bolo ainda está por vir, além da logo marca queria algo para colocar na cesta que me representasse, assistindo aos vídeos no You Tube, minha amiga irmã e eu vimos um boneco feito de fuxico, era um anjinho, logo pensei, ao invés de loiro faço a boneca negra, então em novembro nasceu a Candinha, boneca de fuxico que servia para enfeitar as cestas. Mas essa adorável neguinha criou vida própria e começamos a comercializá-la separadamente, claro que ainda faço cestas mas sem dúvida as bonecas viraram carro chefe do negócio, inclusive criamos uma turma, história em quadrinhos, que fala dos mais variados assuntos como igualdade, temas étnico racial, cultura, história, aproveitei as habilidades artísticas do meu irmão, que criou os desenhos e transforma as histórias que crio nos quadrinhos, enfim todos estamos envolvidos neste sonho.
Atualmente além das Candynhas, sou professora de História na rede estadual e estou cursando a faculdade de Sociologia, e além de uma professora e empreendedora feliz, vi que para os SONHOS não existe idade avançada, basta querer e correr atrás dos objetivos.


essa sou eu REGINE, EMPREENDEDORA, PROFESSORA HISTORIADORA  E SONHADORA!
Feira em Cubatão -2016
candymimos@gmail.com

sábado, 24 de setembro de 2016

FITA AMARELA - Uma empresa de arte em movimento




     Os especialistas em gestão e economia sempre afirmam que, nos momentos de crise, nas adversidades, os empreendedores podem crescer. E foi assim que nasceu a FITA AMARELA, uma empresa de arte, com peças artesanais de madeira mdf voltadas para a organização e decoração de um espaço ou para um presente especial. Nosso objetivo é oferecer peças únicas, que se tornam exclusivas para cada cliente. 

    A participação nos cursos de artes e empreendedorismo agregou à Fita Amarela, o diferencial necessário para a criação de peças de qualidade e a organização na gestão do negócio. Nossa produção sempre esteve voltada para o público em geral, acompanhando novidades e as tendências do artesanato contemporâneo. 

     Mas, nos últimos dois anos, a Fita Amarela se voltou para a africanidade, juntando-se ao movimento de valorização e reafirmação da cultura e identidade afrobrasileira. Nossas peças estão agora rompendo fronteiras e ganhando novos espaços como a Feira de Afroempreeendedores - Negras em Movimento, na Faculdade Zumbi do Palmares.

   E o movimento da Fita Amarela continua, com a exposição de produtos no facebook (facebook.com/fitaamarela) e uma loja virtual (www.fitaamarela.lojavirtualnuvem.com.br).

24/09 - 1° Sarau Afro do Projeto:Encontro de Turbantes

1 Encontro das Turbanteiras de Guarulhos a presenta o 1º Afro Sarau neste sábado, 24/09, das 12h às 18h. Confira



Traga + 1 kg de alimento e concorra a sorteios de:
- 1 Tratamento Capilar
- Tranças
- Turbantes
- Dreads de lã e agulha
- Livros
- 1 Unha de Gel
- Minivests e Camisetas Crespo Sim



AO VIVO :
MPB E PAP+ DJ CHART com música negra e seus derivados...

- FEIRA DE TROCA DE  LIVROS
- distribuição de livros autorais

Informações pelo whattsap :
949247912
952415867
967574876
962515013
993996281

Página do Projeto:
https://m.facebook.com/encontrodeturbante/

Ou pelo Evento:
https://m.facebook.com/events/1776645132594727

Realização
Denise Abrantes ( espaço Negra Rainha)
Organização G.C.A. Guarulhos Contra Ataca                        

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

21/09 - 2ª Feira de Afroempreendedores Negras em Movimento

Quarta-feira, dia 21 de setembro, das 16h às 21h30
Faculdade Zumbi dos Palmares

Com entrada gratuita, esta é a segunda edição da Feira de Afroempreendedores Negras em Movimento que se realiza na Faculdade Zumbi dos Palmares, próxima quarta-feira, 21 de setembro, das 16h às 21h30. Com organização da Nabbonz Wende Multimídia, o evento é uma parceria com a Faculdade pelo Observatório do Negro e com o site Negro é Lindo.

Reúne afroempreendedores que atuam com moda, brincos e acessórios, livros e artesanato e ainda com serviços. Desta vez, haverá  o Espaço de Embelezamento da Mulher  Negra com esteticista e cabeleireiro . E ainda contará com a participação musical do Rapper Panikinho que esta com sua campanha  Show Panikinho #ImpõeRespeito

Os internautas também podem confirmar presença ao evento pela rede social https://www.facebook.com/events/195275804226188/

Conheça um pouco do trabalhodo rapper:


Alguns afroempreendedores:
Livraria Africanidades
Odara
Gere Gere Produções
Fita Amarela
Renata Esteticista
Alikas Bijou
Preta Brasil

Serviço:
2ª Feira de Afroempreendedores Negras em Movimento
Entrada gratuita 
Quarta-feira, 21 de setembro, das 16h às 21h30
Av. Santos Dumont, 843, Próximo ao Metrô Armênia


quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Solenidade de Homenagem alusiva ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha

Hoje, quinta-feira, às 18h, se realiza da Solenidade de Homenagem Alusiva ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, na Associação Comercial de São Paulo, Ria Boa Vista, 51, 11º andar, Centro, São Paulo/SP.

O evento é organizado pelos Conselhos da Comunidade Negra e Estadual da Condição Feminina, pelas Coordenações de Políticas para a Mulher e Políticas para a População Negra e Indígena e tem como homenageadas:

  • AsFrancisca Rodrigues Pereira
  • Ildslane Mônica da Silva (Sharylaine)
  • Lia Lopes Almeida
  • Marisa de Sousa Cunha Moreira
  • Odete de Carvalho
  • Joyce da Silva Fernandes (Preta Rara)
  • Regiane Alves
  • Silvia Helene Seixas Alves
  • Thulla Melo
  • Wanda Herrero
  • Dra. Maria da Penha (in Memorian)
Recepção às 18h com apresentação da cantora Célia Nascimento

Participem!

terça-feira, 16 de agosto de 2016

A herança do abandono para as mulheres abandonadas

Geralmente, é uma mulher que escreve. Desta vez, é o filho!

Para quem acompanha os debates gerais relacionados a gênero e raça no Brasil sabe que a solidão da mulher negra é um dos componentes centrais da formação e funcionamento da nossa sociedade. Infelizmente não tem o destaque ou tratamento merecido porque se fala em "mães solteiras" (ou mães sozinhas, já que mãe não é estado civil) sem dizer que são negras ou em mulheres negras sem dizer que são/estão sozinhas.

Minha mãe, Iris, infelizmente não fugiu à regra e ainda não conheceu o amor do começo ao fim. Companheiros, familiares e um sem número de circunstâncias socialmente legitimadas a açoitaram em seus desejos e escolhas, interrompendo o seu amar.

Assim como o dela, conheço vários casos dentro e fora da família e é gritante como o ciclo de abandono se repete: a mulher - compulsoriamente mãe - é deixada por um homem (negro ou branco) - opcionalmente pai - e arca com o custo emocional do abandono do parceiro, processo que pode ser marcado por violências; fica marcada com o estigma social de “mãe solteira”; tem sua renda comprometida com a criação dos filhos, pois o pai não paga pensão; etc.

Mais tarde, surge também, como consequência, a dificuldade em iniciar novos relacionamentos: por causa do tempo despendido com o cuidado dos filhos ou da recusa dos pretendentes em “criar filhos de outro”. A mulher negra abandonada com filhos carrega ainda a marca de ser preterida por outros homens, reafirmando sua solidão.

O que reproduzo acima não é fruto da minha experiência porque não sou uma mulher negra. Sou contrário a assumir um lugar de fala que não é meu porque é carregado por uma opressão que não recai diretamente sobre mim e, por isso, não sou capaz de apontar saídas para superá-la. Sempre que trato de assuntos do feminismo cuido em mostrar que aprendi de mulheres, por isso não vou dedicar mais tempo neste ponto.

Essas e outras experiências compartilhadas de mulheres negras são melhor descritas por elas próprias em sites como o Blogueiras Negras e o Geledés. Também na escuta de um filho às palavras de sua mãe que nunca pode ou considerou escrever sobre o assunto. Nessas narrativas - e estudos! - há mais legitimidade do que o que reproduzo aqui neste texto. 

A HERANÇA DO ABANDONO PARA OS FILHOS ABANDONADOS
A segunda herança que quero tratar diz respeito aos filhos. Somos quatro filhos de três relacionamentos: o primeiro gerou a mais velha, Tamires; o segundo, eu e minha irmã Talita; o terceiro, a mais nova, Vitória. Apesar disso, nunca nos tratamos como meio-irmãos, mas sim como filhos da Iris - e temos muito orgulho disso! 

Na semana passada, contudo, eu fui a São Paulo para uma audiência de conciliação com a minha irmã Talita. Fomos apenas nós dois por causa desse problema em comum: nosso pai. Não que as outras também não tenham problemas com seus respectivos, mas a Talita e eu compartilhamos do mesmo protocolo judicial. Mesmo ausentes, eles nos dividem.

Essa audiência foi o capítulo final do processo que meu pai move há pouco mais de um ano pedindo retificação da nossa pensão alimentícia - aliás, da dívida acumulada, já que ele não cumpria com o acordo. No histórico de pagamentos, por exemplo, houve várias vezes que ele pagava metade do valor devido a cada três meses, caso contrário seria preso. Em outras palavras, nunca foi uma renda com a qual pudéssemos contar e, ainda por cima, ele nos processa porque era demais comprometer o próprio dinheiro com... seus filhos.

Não quero me ater ao conjunto de sentimentos que tive ao longo do processo, mas às cobranças que tive durante toda minha vida por não ter pai: o interrogatório quando eu dizia que não vivia com ele - incluindo um suposto divórcio de um suposto casamento; a ausência do nome dele no meu RG durante alguns anos; a cara de das pessoas achando que eu seria fracassado, frustrado, mau-caráter ou bandido; uma suposta falta de “referência masculina”, de “amor de pai”. Além do discurso estigmatizado disparado contra minha mãe: a que tem “filho de cada pai”, que “gosta de ter filho”, entre outras atrocidades que recaem exclusivamente sobre a mulher. 

Eu gostaria muito que isso pertencesse ao meu passado, mas sei que sempre que surgir o tema família terei que contar uma longa história ao invés de dizer alguns nomes. Essa segunda herança, que recai sobre os filhos, por vezes já me fez calar ou fugir do assunto, não porque achava que houvesse algo errado com a minha família, mas por essas exaustivas cobranças sociais ligadas a um "modelo tradicional" e fantasioso.

Nosso modelo de família não foi escolhido por ela nem por nós, mas somos punidos por ele ser como é. O resultado é a produção de um fantasma, alguém que tivesse de estar ali e não está. Fantasma que faz as pessoas sentirem falta do meu pai por mim, mesmo eu nunca tendo sentido nada em relação a ele. Já a pensão, que é meu direito, para arcar com os custos da minha criação, eu senti bastante e nunca me perguntaram a respeito.

Não sei se acontece o mesmo a ele e aos demais, embora eu suspeite que numa sociedade patriarcal, permissiva com a irresponsabilidade masculina, não sofram nenhum tipo de assédio sobre onde ou como estão seus filhos. Pra eles, braços abertos; pra ela, punhos fechados; pra nós, tapinhas nos ombros. Nenhuma pensão.

A HERANÇA DO ESTADO RACISTA PARA AS FAMÍLIAS NEGRAS

Este domingo é Dia dos Pais. Foi coincidência que minha vontade de escrever a respeito encontrou uma data tão oportuna e não pude deixar passar. E acho que seria desperdício não falar sobre o Estado brasileiro e a herança racista que deixa para as famílias negras.

A história desse país criou o abismo que separa as mulheres negras do amor e seus filhos do que significa essa tão louvada família. Talvez por isso a pensão alimentícia seja um terreno de disputa entre mãe, pai, filhos e Estado, onde este último só administra o prejuízo que ainda não foi capaz de consertar.

Nos corredores da Vara de Família são muitos rostos, masculinos e femininos, mais jovens ou mais velhos, mas a cor da pele é quase sempre a mesma. Como isso pode ser tão bem aceito? Antes e depois das audiências aquelas pessoas, assim como eu e minhas irmãs, são assediadas devido à ausência de seus pais e o melhor que o Estado pode fazer é ser árbitro da disputa?

Em um país com uma quantidade esmagadora de famílias como a minha, achar que se cumpre justiça em estipular valores e penas é, antes de tudo, uma tomada de posição para corroborar esse ciclo de falência.

Mantenho o exemplo do meu pai, que tem outra companheira e outros filhos. Qual o sentido em prendê-lo e deixar desamparada mais uma família negra? Certamente não é esse meu desejo quando reivindico meu direito, não quero vingança; principalmente porque não gostaria que meus meio-irmãos passassem pelas mesmas dificuldades que passei.

Nesse ponto reside a questão: a pensão pra mim hoje não exerce a mesma influência que já teve um dia, mas é justo que eu receba. Ao mesmo tempo, ela não repara as inúmeras privações que já passei.

É notável que se trata de uma situação difícil para todos e ceder não é alternativa para ninguém. E diante desse impasse, o Estado faz meia-justiça, isenta-se de sua responsabilidade de reparar e usa o aparato judiciário para que as partes apertem as mãos.

O racismo estrutural do país significa também essa forma de operar do Estado e sua Justiça, assegurando as heranças de cada um: para o Brasil de cima, são bens e bônus, para o de baixo, danos e ônus. Por isso um dia como hoje, assim como tanta coisa por essas terras, é Dia de Poucos.

Portanto, não espero justiça da Justiça, pois não resolve e, por isso mesmo, ela está disposta a me dar. Quero a reparação histórica necessária para (re)constituir experiências negras de família sem abandono, solidão, estigma, divisão ou mágoa; sem fantasmas.

(A saber, pela segunda vez meu pai faltou à audiência de conciliação e a ordem de prisão já foi expedida).


quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Taís Araújo relembra preconceito na adolescência

"Eu gostava dos garotos, eles que não gostavam de mim", afirmou a atriz sobre pretendentes


Por Caroline Moliari /Terra
 Thaís Araújo comemora a boa fase profissional e pessoal. Protagonista da série Mister Brau e em cartaz com uma peça de teatro, ela é casada há cinco anos com o parceiro de cena, Lázaro Ramos, com quem tem dois filhos, João Vicente e Maria Antonia. Em entrevista ao Gshow , a atriz contou que nem tudo em sua vida foi conto de fadas, pois teve dificuldades com a vida amorosa na adolescência. Engajada, ela, que comemorou a prisão de seus agressores após sofrer injúria racial na internet, acredita que sofria preconceito também com seus pretendentes.

"Estudei a vida inteira em um lugar em que a maioria das pessoas era branca, mas a equipe da escola era muito hábil, trabalhou a minha autoestima. Só que eu era aquela que não namorava ninguém no colégio, nem no condomínio. Para dar meu primeiro beijo, tive que ir à Bahia. Eu até trabalhava como modelo, era considerada bonita, mas ninguém queria me namorar. Ou não tinha coragem. Sofria, né? Eu gostava dos garotos, eles que não gostavam de mim", afirmou Taís.

Apesar da experiência negativa, a atriz garantiu não ser traumatizada e luta cada vez mais para inspirar outras mulheres negras ao empoderamento. "É bom você pegar essa bagagem para entender o País em que vive e de que forma vai lidar com essa situação. Não dá para ficar na ingenuidade, achando que esse tipo de coisa não existe", opinou. "Nós, negros, passamos a vida ouvindo 'sua cor não é legal', 'seu cabelo não é legal', 'seu nariz não é legal'... De repente, a gente conquistou um 'gostar da gente' que está ganhando força a cada dia. Não é à toa que vemos tantas blogueiras negras dando força para meninas fazerem transição capilar, falando que isso é importante, um resgate", disse Taís, que ensina os filhos a valorizarem a autoestima.

"Quebrar o padrão é uma das coisas mais difíceis que tem. Minha mãe olha para mim e fala: 'ai, esse cabelo bagunçado'. Sou a única que tem o cabelo crespo em casa. No que eu puder contribuir, eu faço. Fortalecer identidade é um prazer meu", concluiu.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

22 de julho - A partir das 16h Feira Afro e às 19h Debate: Negras pelo Empoderamento

Comemorar o Dia Nacional da Mulher Negra, de Tereza de Benguela e Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, além de debate, a Feira Afro Negras em Movimento vai fazer com que cada participante se sinta mais linda e amada. Com workshops, vivências, quem vier desde às 16h terá a chance de conhecer marcas de afroempreendedores que trouxeram o seu melhor. À noite, o debate traz a reflexão sobre o empoderamento e a luta contra a violência.EVENTO GRATUITO. 
Evento no face: https://www.facebook.com/events/292359821110671/
Inscrições para o Debate:  https://www.sympla.com.br/debate-negras-pelo-empoderamento-e-contra-a-violencia__74961


Em comemoração ao Dia Nacional da Mulher Negra, Tereza de Benguela e Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, no próximo dia 22 de julho, sexta-feira, a partir das 16h, se realiza a 1ª Feira de Afroempreendedores Negras em Movimento, focada para a auto-estima e beleza negra. Entre bijous, roupas masculinas e femininas, turbantes, bonecas pretas, livros da africandartes, artesanatos, haverá também oficinas de turbantes com Salete (Fulô Brasil) e Marjury, (Das Prê). O Instituto Iveta traz a vivência A Arte no Resgate da Auto-Estima, com a psicóloga Eloisa LIma e o workshop, Roda de Poder, com nossa palestrante Mayra Pereira. A entrada é gratuita!

E com uma intervenção musical com Xequerê, o Coletivo de Oya fará a animação especial da Feira com arte e alegria. Imperdível, não é mesmo?

Às 19h, se realiza o Debate: Negras pelo Empoderamento e contra a Violência e tem como palestrantes:

 Questão racial e a mulher negra na direção dos cultos afrobrasileiros
Kika Silva Yalorixá há 45 anos, fundadora do Oriashé - Organização de MUlheres Negras


Violência contra a mulher e genocídio contra a juventude negra
* Luh Souza - Professora Titular de História na Rede Pública de Ensino do Estado de SP, ativista em questões raciais

Empoderamento da Mulher Negra
Mayra Pereira - Coordenadora do I Conaen -  I Congresso de Empoderamento Negro (www.conaen.com.br), Life Coach formada pela Sociedade Brasileira de Coaching, Especialista em  Psicologia Transpessoal pelo Centro Latino Americano de Saúde Integral.

Atuação das mulheres na Rede de Afroempreendedores
Rúbia Mara - Jornalista e Diretora Paralelo Arte de se Comunicar,assessora de técnica na Coordenação de Políticas para Juventude de São Paulo e Diretora Estadual da REAFRO (Rede de Afroeempreendedores)


Mediação


Realização

Apoio


PROGRAMAÇÃO
16h - Início da 1ª Feira Afro Negras em Movimento
           * Oficina de Turbante
           * Vivência: A Arte no resgate da Auto-Estima
           * Oficina de Turbantes
           * Vivência de Estética
           * Workshop: Roda de Poder
Afroprodutos como Agbara, Das Prê, Fulô Brasil, Cria Crioula, Mais Linda Acessórios, Nó da Nega, BF a Marca, Bila Black, Black Look, livros da Africandartes, artesanatos do Instituto Iveta e muito mais....
18h50 - Recepção para o Debate: Negras pelo Empoderamento contra a violência
19h10 - Início com o Hino à Negritude
19h20 - Fala de representante da Faculdade Zumbi dos Palmares
19h30 - Apresentação das palestrantes
20h45 - Atração Musical
21h00 - Continuação do Debate
22h00 - Encerramento