sábado, 28 de junho de 2014

25 de juulho - Dia Internacional da Mulher Afro-latina e afro-caribenha

Esse dia, diferente do dia 08 de Março que tem um viés universalista, foi instituído no calendário feminista após o 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, ocorrido no ano de 1992, na cidade de São Domingo, na República Dominicana. Neste encontro, que contou com a representação de 70 países,  decorreram duas decisões: a criação da Rede de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas e a definição do 25 de julho como Dia da Mulher Afro-latino-americana e Caribenha.
A principal razão para tal encontro, foi discutir as especificidades das mulheres negras dos países da América Latina, já que seus históricos, enquanto países onde há, e sempre houve, lutas para a emancipação das mulheres, tem grandes diferenças da chamada emancipação feminina da Europa.
Partindo da necessidade de refletir políticas e direitos destas que são uma grande parcela das mulheres que habitam esses países, o movimento negro brasileiro tem colaborado por considerarmos uma luta necessária para avançar na efetivação de direitos, e reflexão de textos que colaboram com uma visão mais plural das necessidades dessas mulheres que a visão de totalidade do movimento feminista geral não inclui. A mídia também pouco contribui para divulgar esse dia, e uma parcela do movimento negro tem tido certa limitação para colocar como uma das pautas prioritárias do movimento.
Participar e contribuir com a ampliação do 25 de Julho é uma tarefa do movimento negro, e de todos os grupos que trabalham  com a ideia de dar evidência às lutas que a maioria ignora por não lhe servir. Neste 25 de Julho há diversas atividades, rodas de conversas, e debates. Na Câmara Municipal de São Paulo não houve divulgação da data, já que, além de ser um mês de recesso, as poucas mulheres vereadoras não fazem ou não compartilham da visão de ampliar e divulgar o dia como sendo um dia de lutas para chamar a atenção do poder público para as necessidades de ações efetivas para esse segmento. O principal objetivo da data é ser um pólo de aglutinação das lutas das mulheres negras e assim ampliar e fortalecer as suas organizações e sua identidade, construindo estratégias para o enfrentamento do racismo e do sexismo. Nós mulheres negras lutamos pelo reconhecimento da igualdade enquanto mulheres e da especificidade enquanto negras!
*Luciete Silva é militante do Círculo Palmarino.

Ato/Debate em homenagem a todas as Cláudias da Diáspora Africana, abrindo a Virada Cultural da Mulher Negra & Cia.
Dia 25 de julho, às 19h, na Câmara Municipal de SP
Gratuito!
Inscreva-se! Vagas limitadas!

https://www.sympla.com.br/negras-em-movimento---atodebate-em-homenagem-a-todas-as-claudias-da-diaspora-africana__20379