quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Mimi do Racismo Reverso com Ana Paula Xongani e Lili Schwarcz

Muito interessante e pertinente esta entrevista inspiradora que a afroempreendedora, youtuber, Ana Paula Xongani fez com a pesquisadora e historiadora Lili Schwarcz. Assistam, dêem sua opinião no canal de Ana Paula Xongani . Reflexão sem vícios!!



sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Conheça o La Frida Bike, movimento que inclui mulheres negras no mundo das bicicletas

Criado em 2015, o projeto começou como um Bike-Café-Poético e hoje se tornou um movimento que une emancipação feminina e mobilidade

Criado em 2015, o projeto começou como um Bike-Café-Poético e hoje se tornou um movimento que une emancipação feminina e mobilidade urbana (Foto: Helen Salomão/Divulgação)
Usando como inspiração a pintora mexicana Frida Kahlo, ícone do surrealismo nos anos 50 e um dos maiores símbolos do feminismo, as amigas Lívia Suarez e Maylu Isabel criaram, em 2015, o La Frida Bike Café. O empreendimento social sobre rodas levava café e poesia a estudantes e docentes da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador.


Na época estudante de Letras na UFBA, Lívia Suarez não se via representada nos movimentos cicloativistas da cidade. “Eu comecei a perceber que não me encaixava nos grupos dos quais participava, onde a maioria era formada por homens brancos ou mulheres brancas”, diz. Estampando uma mulher negra e uma bicicleta como logomarca, o La Frida Bike Café se expandiu para além do campus da universidade e ganhou as ruas de Salvador, criando espaços de expressão artística e convívio.
 
Lívia Suarez, idealizadora do La Frida Bike (Foto: Helen Salomão/Divulgação)

O empreendimento social cresceu e chamou a atenção de mulheres negras da cidade. Lívia, Maylu e a estudante e poetisa Jamile Santana, que mais tarde se juntou às sócias originais, perceberam que, apesar de atraídas pela ideia de andar de bicicleta, muitas não sabiam pedalar.

A vontade de estimular mais mulheres negras e da periferia a andar de bicicleta fez o La Frida se tornar também um movimento de representatividade, com o projeto “Preta, Vem de Bike”. A iniciativa ensinou mais de 400 mulheres a pedalar e deve se expandir para outras cidades, como Recife e Salvador. 
 
La Frida Bike Café (Foto: Reprodução/Facebook)

Uma pesquisa feita pelo La Frida com as alunas do projeto “Preta, Vem de Bike” constatou que 50% das mulheres do projeto sonhavam em aprender a pedalar. Uma delas era dona Elza, de 60 anos. Ela contou que, durante a infância, mesmo tendo bicicleta em casa, não podia pedalar porque precisava cuidar da casa. “Isso se repete com muitas negras da periferia”, diz Lívia. “É uma questão de falta de oportunidade e de estar em papel subalterno. Andar de bicicleta é ter autonomia e liberdade. Tem a ver com o direito de ir e vir e de ser dona do seu próprio corpo”.

Lívia afirma que os projetos do La Frida tiveram um impacto importante para o aumento do uso das bicicletas em Salvador, chegando até a impulsionar a criação de ciclovias pela cidade. O La Frida Bike conquistou por dois anos consecutivos o Prêmio Mobilidade, em 2017 e 2018, e o apoio de instituições como o banco Itaú.

Para rentabilizar o negócio e manter os projetos, o La Frida criou um centro cultural e a Oficina La Frida. A oficina capacitou e profissionalizou 20 mulheres em mecânica de bicicletas. Neste mês, o projeto também lançou duas linhas de bicicletas, a "Carolina de Jesus" e a "Frida Kahlo".

Feminista se torna primeira mulher a presidir Supremo da Etiópia

Advogada Meaza Ashenafi, 54 anos, foi eleita nesta quinta-feira (1º) em defesa da igualdade de gênero

Fonte: Época
A advogada feminista Meaza Ashenafi, 54, foi nomeada nesta quinta-feira (1º) como a primeira mulher presidente da Suprema Corte Federal da Etiópia, em mais um passo do país africano em defesa da igualdade de gênero.
Advogada Meaza Ashenafi é a primeira mulher presidente da Suprema Corte Federal da Etiópia (Foto: Alberto E. Rodriguez/Getty Images)

No fim de outubro, a diplomata Sahle-Work Zewde já havia sido eleita pelo Parlamento como presidente da República, tornando-se a primeira mulher a ocupar a chefia de Estado na história etíope e a única em toda a África neste momento.

A indicação de Ashenafi foi aprovada pelos parlamentares por unanimidade. "Ashenafi é uma das advogadas mais experientes e uma importante ativista pelos direitos das mulheres", afirmou Fitsum Arega, chefe de gabinete do primeiro-ministro Abiy Ahmed.

No poder desde abril, Ahmed vem implantando uma agenda reformista que inclui até uma inesperada paz com a Eritreia, país com o qual a Etiópia estava em estado de guerra havia mais de 20 anos.

Ashenafi tem três décadas de experiência no campo jurídico e foi juíza da Suprema Corte entre 1989 e 1992. Ela é fundadora e diretora da primeira organização de defesa dos direitos da mulher no país, a Associação das Mulheres Advogadas Etíopes (Ewla, na sigla em inglês).
A jurista também está entre as 11 mulheres que criaram o banco Enat, que tem foco em clientes do sexo feminino.


quinta-feira, 19 de julho de 2018

Lei institui o Dia de Luta contra Genocídio da Mulher Negra no Rio

A lei estabelece que instituições públicas e privadas promovam debates e palestras na data, com o objetivo de incentivar a reflexão sobre o assassinato de mulheres negras
Correio do Brasil 


RIO DE JANEIRO - O dia 14 de março, data em que a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, foram assassinados, vítimas de uma emboscada, no Estácio, Centro do Rio, será incluído no calendário oficial do Estado do Rio de Janeiro como o Dia Marielle Franco – Dia de Luta contra o Genocídio da Mulher Negra. É o que determina a Lei 8.054/18, sancionada pelo governador Luiz Fernando Pezão e publicada no Diário Oficial do Poder Executivo de quarta-feira.

A lei estabelece que instituições públicas e privadas promovam debates e palestras na data, com o objetivo de incentivar a reflexão sobre o assassinato de mulheres negras no Brasil. Segundo o Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência de 2017, elaborado pela Secretaria Nacional de Juventude em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), a possibilidade de jovens negras de 15 a 29 anos serem mortas é o dobro da de brancas na mesma faixa etária.
Na justificativa do pedido, a deputada Enfermeira Rejane, autora do projeto de lei, lembra que Marielle foi uma mulher negra, mãe e cria da Favela da Maré que iniciou a militância em direitos humanos após ingressar no pré-vestibular comunitário e perder uma amiga, vítima de bala perdida, em um tiroteio entre policiais e traficantes no Complexo da Maré.

Violência

Eleita vereadora pelo PSOL, Marielle exercia o primeiro mandato na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Ela foi a quinta parlamentar mais votada na cidade e presidia a Comissão de Defesa da Mulher da Câmara Municipal.
O assassinato de Marielle e do motorista Anderson, que ainda não foi esclarecido, repercutiu internacionalmente e gerou protestos em diversos países.
Para a presidente da organização não governamental (ONG) Crioula, Lúcia Xavier, esta é uma homenagem justa, apesar de Marielle ter morrido, mas é também sinal de que as autoridades têm que estar cada vez mais comprometidas com o Dia das Mulheres Negras, por causa do grande número de mulheres e jovens negros assassinados no Estado.
Com a criação do Dia de Luta contra o Genocídio da Mulher Negra, Lúcia Xavier disse esperar que o governo do estado e a Assembleia Legislativa criem espaços, debates e ações que contribuam para apurar e punir esses crimes contra a população negra.

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Centro de Cidadania da Mulher de Parelheiros recebe o projeto Faz a Roda Grande Mulher

Atividade propõe empoderamento feminino a partir da experiência da mulher negra no Samba de Bumbo. Será realizada oficina de quadrinhas, exibição do documentário “Esse Bumbo é Meu”, bate-papo e apresentação do Samba de Bumbo de Dandara

Fotos: Ruy Reis



Nos dias 7 e 14 de abril, das 14h às 17h, no CCM Parelheiros, acontecem as atividades do “Faz a roda grande mulher”, projeto contemplado pelo edital Proac de promoção proteção das culturas negras, que circula pelos Centros de Cidadania da Mulher com o objetivo de compartilhar a história de empoderamento da mulher negra no samba de bumbo.
No primeiro, dia 7 (sábado), a atividade será apenas para mulheres, de todas as faixas etárias. Haverá exibição do curta-documentário “Esse Bumbo é Meu”, seguida de bate-papo sobre o papel da mulher na manifestação cultural e a apropriação dos instrumentos, tradicionalmente de posse masculina, como relevou Mário de Andrade em ensaio escrito em 1933: “as mulheres nunca tocam. Os homens, pelo contrário, todos tocam”. Na sequência, o grupo Samba de Bumbo de Dandara realizará uma oficina de quadrinhas, a partir da reflexão sobre a mulher e técnicas do teatro do oprimido. O resultado final serão quadrinhas produzidas pelas participantes.
No segundo dia de atividade, 14 (sábado), o evento será aberto ao público, repetindo a projeção do filme, roda de conversa e encerramento com a apresentação do grupo Samba de Bumbo de Dandara, cantando músicas tradicionais da manifestação popular e as quadrinhas produzidas na oficina.
A cada mês, o projeto será desenvolvido em uma unidade diferente do CCM. Na atividade realizada em março, no CCM Itaquera, as participantes criaram a quadrinha: “Eu sei que posso / Ser livre sim / Seguir meu sonho / Ser forte assim”. Grace, 36 anos, participante da oficina revelou que esse foi um dia que vai ficar marcado na lembrança. “A mulher negra precisa mostrar o que ela faz e ser valorizada”, afirmou.

Grupo Samba de Bumbo de Dandara
O grupo Samba de Bumbo de Dandara surgiu no Carnaval de 2016, com o objetivo de empoderar as mulheres a partir dos instrumentos musicais do samba de bumbo. Tradicionalmente, na manifestação popular, os homens tocam e as mulheres dançam, nas apresentações do grupo Dandara, os papeis são invertidos e as mulheres tocam, questionando assim a divisão de gênero no samba rural paulista. São integrantes do grupo: a atriz, bailarina e arquiteta Irla Costa, a atriz e estudante Lucia Steves e a técnica em enfermagem Luciana Fernandes, também integrante e descendente direta do grupo “Treze de Maio”, fundado por negros recém libertos em 13 de maio de 1888.


Documentário “Esse Bumbo é meu” (2016)
O filme registra o samba de bumbo, expressão musical tradicional da região metropolitana (acrescentei porque Parnaíba e Pirapora não são consideradas cidades do interior), interior paulista e herança do tempo da escravidão. O documentário apresenta a luta das mulheres do samba para manterem viva a cultura de seus ancestrais, enfrentando preconceitos e conflitos com a política local. Soluções se apresentam, mas afinal, de quem é esse bumbo? Direção: Ruy Reis, Paula Simões, Dagmar Serpa, Marina Chekmysheva e Daniel Mirolli Elenco: Carmelino Euzebio de Jesus, Eni Soares de Sousa, Irla Costa, Lucia Steves, Luciana Oliveira de Jesus Fernandes, Luisa Camargo de Jesus.

Sobre CCMs
Os Centros de Cidadania da Mulher são espaços de qualificação e formação em cidadania, nos quais mulheres de diferentes idades, raças e crenças podem se organizar e defender seus direitos sociais, econômicos e culturais, além de propor e participar de ações e projetos que estimulam a implementação de políticas de igualdade com o objetivo de potencializar, por meio do controle social, os serviços públicos existentes para atender às suas necessidades e de sua comunidade.


Serviço
Data: 7 e 14 de abril (sábado)
Local: Rua Terezinha Prado Oliveira, 119 – Parelheiros
Contato: (11) 5921-3935 / 5921-3665
Gratuito
Público: Mulheres de todas as idades

Próximas datas:
19 e 26 de maio, das 14h as 17h
CCM Perus
Rua Joaquim Antonio Arruda, 74 – Perus

16 e 23 de junho, das 14h as 17h
CCM Capela do Socorro
R. Prof. Oscar Barreto Filho, 350 – Grajaú

7 e 14 de julho, das 14h as 17h
CCM Santo Amaro
Praça Salim Farrah Maluf s/n

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

6 projetos de lei que podem mudar a vida das mulheres brasileiras em 2018

Atualmente, existem mais de 1.700 propostas ligadas aos direitos da mulher em tramitação na Câmara e no Senado.

A tentativa de 18 homens para criminalizar o aborto até em casos de estupro. O fundo para a violência contra a mulher, previsto na Lei Maria da Penha, retirado da pauta do Congresso. Rebeca Mendes e o primeiro pedido concreto de aborto legal negado pelo STF. 2017 não foi um ano fácil para as mulheres.
Atualmente, existem mais de 1.700 propostas ligadas aos direitos da mulher em tramitação na Câmara e no Senado. Entre elas, questões ligadas ao aborto, direito à amamentação, mercado de trabalho, representatividade na política, discriminação por gênero, etc.
Abaixo, selecionamos 6 propostas que tratam dessas e outras questões consideradas essenciais para as mulheres brasileiras (e que podem mudar em 2018).

1. O direito ao aborto e a PEC ‘Cavalo de Tróia’
Manifestantes protestam contra texto aprovado na comissão especial da Câmara, em 13 de novembro de 2017. (Foto: NURPHOTO VIA GETTY IMAGES)

A Proposta de Emenda a Constituição (PEC) 181/2011 que determina que “a vida começa desde a concepção”, a fim de barrar a descriminalização do aborto no Brasil em todos os casos, deve voltar em 2018. O texto foi aprovado em uma comissão especial sobre o tema, em 8 de novembro de 2017, com 18 votos a favor, todos de homens, e um, da deputada Erika Kokay (PT-DF) contra, em uma sessão esvaziada.
Os integrantes do colegiado ainda precisam votar os destaques do relatório do deputado Tadeu Mudalen (DEM-SP). Porém, há divergências entre os deputados. Em dezembro, por diversas vezes as sessões foram adiadas e, ao que tudo indica, serão analisados novamente neste ano. Ainda não há data definida para a votação.
Um dia após a aprovação do texto-base, Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, afirmou que não irá proibir o aborto em caso de estupro, previsto no Código Penal. Maia afirmou a jornalistas que a Câmara irá ouvir juristas após a conclusão da votação dos destaques da proposta no colegiado a fim de garantir as previsões de aborto já legalizadas:

“Está tendo uma polêmica sobre esse tema. Tem que se tomar cuidado e analisar o texto porque tem duas posições. Uns que acreditam que o texto, de forma nenhuma, veda as excepcionalidades colocada e tem outro campo que acha que esse texto vai inviabilizar.”

A PEC tratava originalmente da ampliação da licença-maternidade no caso de prematuros, mas propôs também a alteração de dois artigos da Constituição para definir que a “vida começa na concepção”. Por isso o apelido “Cavalo de Tróia”.

2. A representação proporcional de mulheres na política
Luiza Erundina faz pronunciamento na sessão plenária para eleição do novo presidente da Câmara dos Deputados, em 2016. (Foto: WILSON DIAS/AGÊNCIA BRASIL)

Não é difícil perceber. Mas tanto a Câmara, quanto o Senado, nunca tiveram uma presidente mulher ao longo da história. Elas são mais da metade dos eleitores brasileiros, mas ocupam menos de 10% das vagas no Congresso Nacional. A bancada feminina tem 51 representantes na Câmara (9,94% das 513 cadeiras) e 13 no Senado (16% das 81 vagas).
Com a intenção de trazer equidade de gênero e garantir o lugar delas no campo da política, está em tramitação no Senado uma proposta de emenda constitucional, a PEC 38/2015, com autoria da deputada Luiza Erundina (PSOL-SP), que dá nova redação ao § 1º do art. 58 da Constituição Federal, que diz que “na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa.”
Com a alteração, o artigo passaria a garantir a representação proporcional de cada sexo na composição das Mesas e Comissões do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, assegurando, ao menos, uma vaga para cada sexo. “Não tenho dúvidas de que a maior barreira é de inclusão da mulher na sociedade é o acesso ao poder”, disse Erundina em entrevista à Agência Brasil.

3. Pena de ‘importunação sexual’ para o assédio
Pôster da campanha “Meu corpo não é público”, após um homem ejacular em uma mulher em um ônibus em São Paulo, em agosto de 2017. (Foto: NURPHOTO VIA GETTY IMAGES)

Após diversos casos de assédio sexual contra mulheres no transporte público, a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher aprovou, em setembro de 2017, uma proposta que cria o crime de importunação sexual. A relatora, deputada Laura Carneiro (PMDB-RJ), incluiu na proposta original a definição do crime de importunação sexual: “praticar, na presença de alguém e sem a sua anuência, ato libidinoso”.
A proposta também aumenta penas para estupro e criminaliza a divulgação de cenas de abuso sexual. A medida está prevista no Projeto de Lei 5452/16, do Senado, que altera o Código Penal (Decreto-Lei 2.848/40).Se aprovada, a pena será de dois a quatro anos de reclusão, cumprida inicialmente em regime fechado. O PL começou a ser discutida no plenário da Câmara em dezembro, mas ainda não tem previsão de quando será votada.

4. A injúria por questões de gênero poderá ser crime
Em 2018, a injúria praticada por questões de gênero poderá ser considerada crime pelo Código Penal (CP). Projeto de lei, PLS 291/2015, de autoria da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) altera o Código


 Penal, incluir no crime de injúria, a utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem, gênero ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência.
Atualmente, o CP pune o ato de injuriar alguém, com ofensas à dignidade ou ao decoro da vítima, com detenção de um a seis meses ou multa. Com a PLS aprovada, a pena de reclusão será de um a três anos e multa. Segundo Gleisi, atos que desqualifiquem ou desprezem um gênero em detrimento de outro são inadmissíveis. Ela afirma em sua justificativa:

“Sobretudo porque o tratamento igualitário de homens e mulheres é uma das bases de qualquer Estado Democrático de Direito.”

O PLS se encontra em tramitação no Senado, se não receber recurso para análise pelo Plenário do Senado, será enviada em seguida para a Câmara dos Deputados neste ano.

5. Agressor reincidente, demissão por justa causa



Condenados pelo crime de violência doméstica e familiar que reincidirem nesta prática poderão ser demitidos por justa causa. É o que estabelece o Projeto de Lei do Senado (PLS) 96/2017. A proposta, da senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), modifica o Código Penal e tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). A senadora Simone Tebet (PMDB-MS) é a relatora do projeto.
Segundo o PLS, “o empregado demitido por justo motivo não tem direito de receber o 13º salário, as férias proporcionais, o saque do FGTS, além da indenização da multa de 40% sobre o valor depositado no FGTS, obrigatória em demissões sem justa causa”. Na justificativa do projeto, Rose de Freitas afirma:

“Apresento o presente PLS para que o agressor sinta no seu bolso o peso da prática de violência doméstica e familiar, uma vez que a penalidade prevista na forma da lei não é suficiente para levar a um reordenamento de postura pelo agressor.”

Na CCJ, a matéria deve ser votada em caráter terminativo: se aprovada, pode seguir para a Câmara dos Deputados sem deliberação em plenário.

6. Licença paternidade de 120 dias
120 dias de licença paternidade. Quatro meses exercendo a função de pai, com afastamento seguro do trabalho, ao lado da mãe. É o que quer o Projeto de Lei do Senado, PLS 652/2015, de autoria da senadora Vanessa Grazziotin, que altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a Lei nº 8.213/91, sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social, para estabelecer licença-paternidade de 120 dias.
projeto está em tramitação no Senado. “Acreditamos firmemente que, ao igualarmos os períodos das licenças-maternidade e paternidade, estamos, a um só tempo, promovendo a igualdade de gênero no mercado de trabalho e possibilitando ao homem a vivência integral de seu papel paternal”, afirma Grazziotin, em sua justificativa.
Atualmente, enquanto as mães com carteira assinada têm entre quatro e seis meses garantidos para se dedicar à criação dos filhos, a maior parte dos pais na mesma situação de emprego conta com apenas cinco dias. Recentemente, um decreto ampliou a licença paternidade de funcionários públicos para 20 dias.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Zumbi dos Palmares: líder da luta e da resistência do povo negro.

Escrito por Nanci Vellose de Souza
Professora, Pedagoga e Psicopedagoga


...e como sempre o líder foi perseguido. Aquele que apontou as injustiças, aquele que organizou o resgate dos cativos que estavam em sofrimento, aquele que “ousou” contrariar o sistema; um “podre poder” firmado com bases na opressão e na força.

É triste relembrar a escravidão, mas esse tema já gerou romances por conta do exagero de tantas dores e sofrimentos, se transformou em tema de inúmeros poemas e também em bandeiras de lutas e posteriormente foi celebrado pelas vitórias e conquistas.

Trazendo a escravidão que foi um fato passado na historicidade e contrapondo aos dias atuais, eu digo que Zumbi foi quem empoderou os cativos, pois foi ele que vislumbrou a possibilidade de fugir e de maneira organizada lutar para mudar aquela situação ultrajante na qual os negros escravizados viviam.

Quando fecho os olhos e me remeto ao passado, consigo 
imaginar a organização dos movimentos em prol da liberdade de negros cativos, a funcionabilidade dos quilombos e o maravilhoso sistema de ajuda mútua que foi organizado, onde arcando com todas as consequências, muitos se expunham e lutavam pela vida dos outros, arriscando a própria vida.

Zumbi foi o líder da resistência do povo negro e para homenageá-lo que foi escolhida a data de sua morte (20 de Novembro), para ser o dia da Consciência Negra; mas é preciso compreender que o nome “Consciência Negra” vai muito além de uma data comemorativa no calendário; representa atitude, movimento, organização, ações afirmativas constantes em benefício do povo negro e das suas causas.

Nos dias atuais temos vários Núcleos que podemos dizer que são representações vivas de Zumbi; pessoas que diariamente lutam, leem, escrevem e de alguma maneira representam a resistência contra a opressão dos racistas, pessoas que lutam com toda força, garra e disposição para empoderar os negros, tornando-os visíveis e inserindo-os socialmente de maneira igualitária.

De acordo com a diáspora africana todos nós negros somos “um pouco Zumbi” (por conta da ancestralidade), todos nós somos seguidores de Zumbi e compartilhamos do sonho de liberdade que “Ele” sonhou; temos o compromisso da resistência, da resiliência e da luta sem fim por igualdade.

Zumbi se foi, e seu legado de luta ficou, e representar a luta de Zumbi é responsabilidade de todos os negros. Salve Zumbi!